Culpada

"Um amor assim delicado

Você pega e despreza

Não devia ter despertado

Ajoelha e não reza"

A minha mãe vive cantando essa música pra mim quando eu começo a me envolver com alguém, ou quando já estou em vias de terminar e fazer o pobre do ser se despedaçar em mágoa e ódio por mim.

Eu admito, ela tem toda razão.

Eu não sei amar direito. (Se é q existe direito e esquerdo nessa área né?!)

Eu morro de medo sempre q começo a gostar de alguém, pq lá no fundo (deep down inside - eu gosto de pensar nessa frase em inglês) eu sei q o meu potencial pra acabar pulando do barco antes q o outro é imenso...mas não pq eu quero...é pq eu sou assim mesmo.

Eu estava conversando com o único ex-namorado meu q me entende de fato...e contei toda a minha vida nos últimos 2 anos...tipo em 2 horas [sou boa de resumo ;-) ].

Ele e eu ficamos igualmente estupefatos com o fato de q apesar de ser uma pessoa extremamente fechada, eu falo o q eu quiser pra ele, sem o menor pudor, sem a menor inibição ou sem ao menos julgar e ser julgada...acho q é isso a chave...eu me sinto livre com ele...eu tenho coragem de admitir pra ele coisas q nem pra mim mesma eu tenho coragem de reconhecer as vezes... crazy, right?

Eu e ele sabemos bem q não existe a menor chance da gente voltar, pq eu só o magoei enquanto mulher, mas nunca o decepcionei como amiga.

Sempre q eu escuto essa música do Caetano eu lembro dele e paro e penso melhor nas coisas q andam acontecendo agora na minha vida.

Eu não posso ser leviana com o coração dos outros...não posso. Não é justo. Não é digno. Não é humano se aproveitar do carinho/amor de outro ser apenas para suprir a sua carência...eu aprendi duramente isso depois de magoar pessoas q eu tanto gostava.

Acho q de todos os meus relacionamentos somente em um falei a seguinte frase ao me dar conta de q estava apaixonada de fato por ele: "Putz..ferrou...quando a gente terminar eu vou sofrer demais!". Em todos os outros eu ficava contente ao me ver apaixonada...era leviana...esquecia q tudo tem começo meio e fim...e esquecia principalmente do quão intoxicante eu posso ser.

Sei ser adorável, simpática, contagiante...como toda boa bipolar na fase maníaca...o problema é q um dia a química vira, troca de lado e a minha leveza vai junto...e com ela surge a Ice fria (sem trocadilhos), distante, preocupada com o amanhã e discrente do hoje.

Fico me questionando o q eu tô fazendo com aquela pessoa, q futuro eu tenho com ela...pq eu tô com ela e não sozinha?

Isso é o q mais me preocupa...me perguntar pq estou com alguém ao invés de estar sozinha...tipo, eu nem cogitei trocar a pessoas por outra..é apenas a vontade de ficar sem ela e não com outra... confusa..

Enfim...como a oportunidade se aproxima, eu ando me questionando muito se vale a pena embarcar novamente ou não. Se eu vou apenas magoar mais um outro ser ou se eu vou sair posando de falsa-ilesa again.

Eu não sei, vc não sabe...alguém algum dia já soube?

Caso positivo...let me know.

*Enquanto isso escuto muito Chico Buarque, Los Hermanos, Caetano Veloso e Cartola.